Web Novela Paixão Perigosa: Capitulo 100

No outro dia os pais de Luan chegaram, almoçamos todos juntos e ficamos conversando por um bom tempo. Por volta das duas horas da tarde me bateu um sono tremendo e eu fui dormir.
Acordei por volta das 3 e meia, lavei o meu rosto e voltei para a sala, os três estavam conversando, Luan estava de costas pra mim.
-Acordei família.- Ri e sentei no colo de Luan, sem olhar pra ele.
Mas o senti fungar, e quando olhei vi que ele estava chorando.
-o que aconteceu Mari?- Perguntei para ela, já que Luan não iria me responder.
-Por que você não pergunta pra mim?- Ele reclamou enquanto eu secava suas lágrimas.
-Eu sei o que você vai responder pra mim né.- revirei os olhos.
-O que?
-Não é nada Bê.- tentei imitar sua voz.
Os três riram.
-Mari?
-O Luan tá com medo Bia.
-Do que?- Olhei pra ele que fazia cara feia pra Mari.
-De não sei um bom pai.- ele abaixou a cabeça me respondendo.
-Amor, para né.- beijei sua testa.- Da onde você tirou isso?
-Minha vida é corrida demais Bê, eu mal tenho tempo pra mim e pra você, imagina pro nosso filho.
-Claro que você vai ter tempo e claro que você vai ser um bom pai, você já esta sendo um bom pai amor.
-Você só ta falando isso porque não quer me ver chorar.
-Não quero mesmo, mas essa é a verdade amor, para de paranoia, você vai ser um bom pai sim.
Eu e os pais do Luan conversamos com ele por um bom tempo até colocar na sua cabeça que ele seria um excelente pai.
Os dias que passamos na chácara foram muito bons, Luan estava todo cuidado comigo. A cada minuto vinha beijar minha barriga e conversar com ela.
Passamos mais dois dias em Londrina com a Marta e o Bernardo, Luan voltou para São Paulo e eu decidi ficar mais um tempo, só voltaria para a consulta que já estava marcada.

Eu tinha muita coisa para resolver ali, pois algumas marcas que eu tinha assinado o contrato não gostaram nada em saber que eu estava grávida. Virou uma enorme confusão. Coitado do Diego que tinha que resolver a situação. Isso me deixou um pouco chateada, mais em compensação diversas marcas estavam ligando e fazendo propostas para mim fazer campanhas grávida.
#Luan ON
Tinha acabado de sair do show, eu estava na cidade de Taboão da Serra- SP. Eu estava ali de carro, mais Dag não quis deixar eu dirigir a noite para ir para casa, então fiquei em um hotel ali. Mandei uma mensagem de Boa Noite para Bia, pois imaginei que ela ainda estivesse dormindo. Eu estava com um mal pressentimento, fiquei andando pelo quarto do hotel, eu estava agoniado. Meu celular marcava 2 horas da manhã, sorri ao ver a foto da Bia de proteção de tela. Minhas noites sem a Bia eram vazias, apesar de estar sem sono deitei na cama. Fiquei virando de um lado pro outro tentando dormir, até meu celular tocar. Eram 3 horas da manhã. Quem poderia ser? O número era privado, mas mesmo assim atendi.
-Alô?
-Presta bem atenção no que eu vou lhe dizer Luan Santana- uma voz que eu não reconheci falou
-Quem é?
-Isso não importa. Estamos com sua querida namorada. Se você quiser salvar a vida dela é melhor anotar o endereço e vir no local, sozinho!
(...)
Eu estava desesperado. Como assim tinham sequestrado a Bia? E por que não estavam pedindo recompensa? Mais a Bia não estava em Londrina? Isso não podia ser verdade, mas mesmo assim era obvio que eu ia ir, se realmente fosse verdade eles iam matar a Bia se eu não aparecesse lá. Mas o que eles queriam?
Minha maior sorte era estar com o carro ali, já que era uma cidade próxima. Sai do hotel discretamente. Fui para o carro e pisei fundo. O endereço estava me levando para um local afastado da cidade, não demorei muito chegar no lugar. Parecia uma fábrica abandonada. Temi. Sai do carro e me aproximei do local.
-Vejo que você é pontual Luan Santana. Espero que esteja sozinho- olhei na direção que vinha a voz
-Carlos?
#Narrador On
Londrina 3:30 AM
Beatriz andava agoniada pela mansão. Estava com uma estanha sensação de que algo ruim estava acontecendo. Tinha acabado de acordar e não conseguia dormir.
-Bia, o que aconteceu?- Bernardo perguntou ao encontrar
-Eu não sei! Estou com um mal pressentimento.
Taboão da Serra 3:30 AM
-Onde está Beatriz?- Luan perguntava impaciente
-Não se preocupe porque eu não estou com sua namoradinha. Ela está sã e salva aonde quer que esteja- Luan suspirou aliviado.
-O que você quer comigo?- Luan observou alguns homens se aproximarem em volta deles, em seguida Any sair do galpão, que veio até Carlos.
-Oi querido!- Any comprimento Luan, com um sorri no rosto.
-O que estão tramando?-Luan perguntou, já estava começando a ficar assustado.
-Vamos te mostrar o que somos capazes de fazer com você- Carlos disse
-E com sua namoradinha idiota- Any completou
-Vocês não...- Luan não conseguiu terminar a frase, pois um dos homens apertou sua garganta
O homem parecia calmo, mas era terrivelmente forte, tinha o físico de um lutador de mma. Ele jogou Luan com força do chão. Antes que pudesse recuperar sua respiração o homem o puxou pela gola da camisa, fazendo ele ficar em pé.
-Você se acha o esperto então por que não é você quem está me batendo Carlos? Ah esqueci que você apanhou até de uma mulher- Luan fervia de raiva e dor
-Acabe com ele- Carlos ordenou ao grandalhão que arremessou Luan no chão pela segunda vez
Não deu tempo nem de Luan pensar em nada. O grandalhão começou a esmurra-o e a chutá-lo. As pancadas eram muito fortes, a cabeça de Luan latejava de dor e ele tinha certeza que ia desmaiar.
-Está avisado Luan Santana- Carlos rosnou quando o grandalhão parou de bater em Luan
Carlos se retirou do lugar, acompanhado pelos outros homens.
-Precisando de ajuda querido?- Any se aproximou de Luan, que levantava do chão com dificuldade
Luan mal conseguia andar de tanta dor. Com dificuldade ele foi para seu carro.
-Deixe me ajudar querido- Any tentou entrar no carro quando Luan deu a partida
Mas Luan acelerou o carro a deixando para trás.
Londrina 4:45 AM
Bia segurava com força o colar que Luan lhe deu. Seu coração batia descompassado, e o velho homem já estava muito preocupado com ela. Seu celular então tocou.
-É o Luan!- ela disse surpresa, ao pegar o celular
-Alô?- ela atendeu
-Você é a namorada do Luan Santana?- uma mulher perguntou
-Sou sim! Aconteceu alguma coisa?
-Aconteceu sim, mais fica calma ele já está no hospital.
-NO HOSPITAL? COMO ASSIM? O QUE ACONTECEU COM ELE?
-Ele sofreu um acidente!

Beatriz ficou sem chão no mesmo instante em que escutou a mulher. Ela chorava sem parar, Bernardo em pânico colocou Beatriz sentada no sofá e gritou para sua mulher, enquanto pegava o celular da mão de Bia e falava com a secretária do hospital.
Ninguém sabia direito o que havia acontecido, Luan estava em cirurgia e Dagmar e seu secretário já estavam chegando no hospital.
Marta tentou acalmar Beatriz com água doce já que ela não podia tomar remédio por conta da gravidez mas não adiantou. Bernardo ligou para Roberval pedindo para mandarem o jato de Luan para Londrina, eles sabiam que Beatriz só se acalmaria vendo seu amado. O secretário desesperado confirmou que em uma hora e meia o jato estaria esperando os três no aeroporto de Londrina.
Bia estava em choque, só sabia chorar e pedir por seu amado. Marta e Bernardo estavam desesperados, ela teria que se acalmar ou poderia prejudicar seu bebê.
Marta subiu arrumar a mala dos três enquanto Bernardo colocou Bia deitada em seu colo e tentou a acalmar.
As horas demoraram passar e Beatriz se desesperava cada vez mais, como ela já havia perdido seus pais em um acidente de carro ela estava traumatizada e mesmo sem querer não parava de pensar que poderia perder Luan do mesmo modo.
Ao chegarem no Hospital de Tabuão da Serra, onde Luan estava passando pela cirurgia, o desespero foi maior, Luan ainda estava sendo operado e ninguém tinha noticias. Marizete e Bruna estavam em um quarto, entraram em desespero e tiveram que dopa-las, Amarildo andava de um lado pro outro desesperado até avistar sua nora. No mesmo momento correu e a abraçou.
-Eu quero ele sogro, eu quero ele.- Bia desabou ao abraçar Amarildo.
-Ele vai ficar bem, fica calma.
Enquanto Amarildo conversava com Beatriz, Bernardo foi atrás de um médico, explicou o estado de Bia, que deu um calmante para ela que não iria prejudicar nem ela, nem o bebê.
As três acordaram depois de várias horas. Luan já estava no quarto, mas estava em coma induzido, ficaria assim por mais um dia inteiro pelo fato da cirurgia ter sido complicada.
-Eu quero ver ele.- Bia pediu assim que o médico terminou de contar todos os procedimentos da cirurgia.
-5 minutos. Me acompanhe.- Beatriz assentiu e acompanhou o médico.
Ao entrar no quarto onde Luan estava Bia se sentiu sem chão novamente. Luan estava com hematomas pelo corpo inteiro, um braço enfaixado e uma perna engessada, ele tinha pontos em sua cabeça e em um dos braços. Respirava com a ajuda de aparelhos por conta de toda a anestesia que tinha tomado. O coração de Bia partiu ao ver seu amado daquele estava e começou a chorar. O enfermeiro que a acompanhava, ao ver seu estado a tirou no quarto, já que ela estava grávida e não podia ter fortes emoções.
Tentaram de todo jeito levar Bia para o hotel para descansar mas ela teimou que só saia de lá com seu amado.
#Bia narrando
-Bia, vem aqui comigo, vamos conversar, por favor?- Amarildo me chamou, depois de um bom tempo em que todos estavam em silêncio.
-Eu não vou ir pro hotel!
-Eu sei, tudo bem, mas vem conversar comigo na lanchonete? Você tem que se alimentar, não pode esquecer que tem uma criança ai dentro. -ele tocou na minha barriga, sorrindo.
Sorri amarelo.
-Vamos!
Amarildo me levou até a lanchonete, enquanto eu me alimentava ele começou a falar.
-Bia, eu vou te falar uma coisa que eu sei que você vai odiar mas você vai ter que fazer.
-Sogro eu não quero sair daqui.- resmunguei já com lágrimas nos olhos.
-Você tem pré-natal hoje Bia, eu vou contigo pra São Paulo, você consulta e a gente volta.
-Eu não quero deixar o Luan aqui, e se ele acordar?
-O médico mesmo falou que ele só vai acordar depois das 22 horas Bia.
-Eu preciso mesmo ir?
-Precisa, você sabe disso.
-Tudo bem.
Fui para São Paulo com o coração na mão, a ultima coisa que eu queria fazer era deixar o Luan naquele hospital, mas eu sabia que precisava ir. Eu tinha uma criança na minha barriga e eu precisava cuidar dela acima de tudo. Acabei dormindo em um pedaço na viagem, o Amarildo me acordou quando chegamos na clinica.
Assim que me chamaram o pai de Luan me acompanhou. Doutora Cláudia me fez uma série de perguntas e os exames de rotina, depois deitei na maca e ela passou aquele gel que eu não gostava na minha barriga e começou a fazer a ultra-som. Eu sempre me emocionava ao meu o bebê ali na tela e dessa vez não foi diferente.
-Dessa vez ele vai ser bonzinho e vai deixar a gente ver se é menino ou menina. Ta curiosa mamãe?
Assenti emocionada.
-Vamos ver então.
-Doutora?- A chamei antes dela contar o sexo.
-Sim?
-Eu não quero saber o sexo não.- Olhei para o Amarildo.- O Luan falou que queria estar junto na hora de descobrir, eu só quero saber com ele junto.
-Tem certeza Bia?- Amarildo perguntou
Assenti.
-Na próxima consulta ele ai estar junto.- Amarildo beijou a minha testa
-Qualquer coisa você me liga e eu conto então.- A doutora falou.
Ela me passou alguma recomendações e me liberou.
O caminho de volta para Tabuão da Serra parecia ter sido triplicado, demoramos uma eternidade para chegar no hospital. Wellington nos esperava na porta dos fundos, já que o acidente de Luan já era manchete em todos os jornais o entrada principal do hospital estava cheia de jornalistas e fãs.
Quando chegamos na sala de espera do hotel Bruna veio correndo perguntar o sexo do bebê e quando contei que não sabia ela quase ficou louca.
-Como ele tá?- Perguntei pro Rober que estava do meu lado.
-O médico tá vindo.- Ele apontou para o doutor que entrava na sala.
-Ele acordou e já deu o depoimento para a policia, agora ele chama pela Beatriz, ela está?
Ao escutar que ele acordou eu suspirei aliviada.
-Sou eu!
-Vamos? Depois os outros vão ter tempo para ver ele também.
-Mari, vai você!- Apesar de estar louca para ir ver ele eu sabia que a Marizete estava com o coração na mão.
-Bia, pode ir.
-Vai, depois eu vou.- sorri amarelo.
-Obrigada.- ela sorriu e saiu acompanha do médico e do Amarildo.
Ela não demorou voltar e foi a minha vez. Bati na porta de leve e entrei. Ele estava sentado, com a perna presa para cima e todo machucado.
-Oi.- ele falou baixo ao me ver.
-Oi.- me aproximei dele.
-Ta tudo bem?- ele perguntou olhando pra minha barriga.
Sabia que a vontade dele era toca-la. Fui até o outro lado da sua cama, no qual ele podia mexer seu braço e o ajudei a acariciar a minha barriga.
-Eu deveria tá te perguntando isso.
-Ta doendo.- ele fez bico.
-Nunca mais dá um susto desse na gente.
-Desculpa.- ele sussurrou.
-Ta tudo bem.- Beijei sua testa com todo o cuidado possível para não doer.
-É menino ou menina?
-Eu não vi. Você falou que queria ser o primeiro a saber, achei justo esperar você acordar.
Ele apenas sorriu.

-O que aconteceu?
-Não quero contar isso de novo. Quando voltarmos pra casa eu conto tá?
-Tudo bem.-Sorri amarelo.

-Quando eu vou poder ir pra casa Bê?
-Eu não sei amor. Seja paciente!
-Eu vou tentar! Será que o Jabuticaba vai ter concerto?- sorri
-Amor não acredito que você está preocupado com o carro.- ele sorriu, e aquilo fez eu derreter por dentro
-Você tem quantos minutos pra ficar aqui comigo?
-Eu vou posar aqui com você.
-Não amor.
-Você não quer?
-Claro que eu quero, mas você tem que descansar. Cuidar do nosso bebê.- eu apenas concordei, eu estava me segurando pra não chorar ali por vê-lo naquela situação.
Um enfermeira logo avisou que eu tinha que sair.
-Amanhã ‘cê’ vem me ver amor?
-Claro que sim môr.- ele sorriu- Eu te amo!
-Eu também te amo!- lhe dei um selinho rápido
Assim que sai do quarto as lágrimas caíram. Ver quem eu mais amo naquela situação era doloroso. Bruna veio logo me abraçar, ela também chorava.
Minha única solução foi ir para um hotel e tentar descansar. Apesar de fazer mais de 24 horas que eu não dormia, eu não conseguia dormir, tudo o que eu queria era poder arrancar a dor que eu sabia que o Luan estava sentindo naquele momento. Eu segurava forte meu colar.
-Você sabe como foi o acidente?- perguntei a Bruna que estava deitada ao meu lado, e ainda não tinha dormido também
-Mais ou menos, pelo o que eu entendi o Luan perdeu o controle do carro e bateu em um carro.
-E as pessoas do outro carro?
-Só tinha o motorista, e o Luan bateu do lado do outro lado, o homem só se machucou um pouco, nada grave.
-E o Luan foi se machucar daquele jeito- meus olhos se encheram de lágrimas só de lembrar como ele estava
-Ele vai ficar bem- Bruna tentava me consolar
-Mais vai sofrer até lá- as lágrimas escorreram em meu rosto

Por sorte acabei conseguindo dormir por algumas horas.
(...)
Luan havia quebrado a perna esquerda, e destroncado o braço esquerdo. Além disso estava com todo o corpo machucado. Doía em mim ver ele daquele jeito. Eu passava o dia todo no hospital com ele, mas de noite nunca me deixavam ficar.
-Amor você já avisou minhas negas que eu to melhor?
-Já avisei sim amor!
-Eu queria poder fazer show logo. Não queria deixar meus fãs na mão- ele lamentou
-Amor tudo o que seus fãs querem é te ver bem, e pra isso você tem que se recuperar bem primeiro.
-Eu sei!- acariciei seu rosto- Amor quando eu vou poder ir pra casa?
-Daqui 4 dias, você é uma pessoa forte, o médico se impressionou com sua recuperação.
-Tem muitas coisas que me motivam a ficar bem: minha família, meus fãs, você, nosso bebê- ele sorriu, sorri também